quarta-feira, 10 de fevereiro de 2016








Eram três na estrada: a Flor de lótus, Ela e Ele.
Caminhavam rapidamente. Tinham uma missão: devolver a liberdade à flor.
Percorriam a estrada de pedras e terra. A floresta os espiava.
Cada passo dado ,deixava mais distante a cidade e suas vidas. A Flor se despedira horas antes da casa em que fora hospedada por Ele.
Ela e Ele não se despediram de nada, sabiam que voltariam aos seus destinos e por isso iam apressadamente pelo caminho.
Ela era urbana e se surpreendia pelas coisas que Ele lhe mostrava como a borboleta transparente, os gritinhos da rãzinha, as plantas medicinais. De dentro da sacola em que se acomodara, a Flor ria das expressões de surpresa da amiga e da admiração  que sentia pelas flores.
No caminho dois cães se juntaram ao cortejo. Eram cinco agora , fora os elementais que brincavam na floresta e resolveram seguir a procissão.
Chegaram. Era uma tarde chuvosa e sonolenta. Ele cuidadosamente retirou a Flor da sacola,  acomodou-lhes as folhas, olhou o lago, procurou o melhor lugar para deixá-la.  Despediram-se. E a Flor voou de suas mãos. Estava liberta e completa.
Ela olhou nos olhos Dele.  Sentia-se feliz.
Olharam mais uma vez o calmo lago. A Flor sorriu-lhes.
Durante o trajeto de volta, Ela pensava que a vida poderia ser sempre assim, simples com tudo em seu lugar, como a mata, os pássaros, a chuva, o céu;  e queria ser a Flor naquele momento, ficar ali , enraizar naquele lago, aflorar, encantar a paisagem e partir leve e plena  numa manhã de sol.




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