sábado, 24 de dezembro de 2011

Então é Natal


Natal...tempo de excentricidades e egoísmo
Natal do ter e não do ser
Natal triste das crianças de ruas
Natal dos atropelos, do consumismo exagerado
Natal de luzes artificiais
Natal de sonhos impossíveis
Natal de abraços obrigados

Onde está o verdadeiro Natal?

Está lá no fundo do mar
na calma de seus habitantes
no céu azul e no sol lindo que nasceu nesta manhã
na chuva que ontem alegrou as plantas
no sorriso da criança do farol
nos desenhos das matas
na flor que surgiu na janela da minha casa

É este Natal de encanto que quero
gestado eternamente em mim

quinta-feira, 8 de dezembro de 2011












"Despertar sob a luz de um novo dia e renovar
Encontrando nova força para amar
Em tempos difíceis
Descobrir sem querer o quanto é frágil decidir
Escolhendo cada passo, onde ir
Num futuro incerto
Não é fácil prosseguir apagando da memória
Tudo aquilo que fez a nossa história
Nossa vida de novo começar
Eu canto ao vento que beija meus cabelos num alento
Eu canto ao mar
Que apague os meus sentidos e me faz
Recomeçar
Decidi avançar o meu caminho sem deixar
Que o passado o destino possam destruir
Uma vida honesta
Revirar, alegrias e lamentos
Entender que só mesmo o próprio tempo
Nos dará todas as respostas
Não é fácil prosseguir apagando da memória
Tudo aquilo que fez a nossa historia
Nossa vida de novo começar
Eu canto ao vento
Que beija meus cabelos num alento
Eu canto ao mar
Que apague os meus sentidos e me faz
Recomeçar
Eu canto ao vento que beija
Eu canto ao mar
Que apague os meus sentidos
E me faz recomeçar
Eu canto ao vento
Que beija meus cabelos num alento
Eu canto ao mar
Que apague os meus sentidos e me faz recomeçar ...

terça-feira, 22 de novembro de 2011


" Os olhos continuaram a dizer coisas infinitas. As palavras de boca é que nem tentavam sair, e tornavam ao coração caladas como vinham...”

Machado de Assis

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Fada


Valsava em seu vestido azul
feito bailarina
e voava entre becos e construções
soprada pelo vento sul

em casas destruídas
e roupas sujas no varal
ela pousava sua graça
e mesmo sendo inverno
no interior de seus sentidos
ela tragava mel
e o devolvia ao céu


Do outro lado


Adormeci sob uma colcha de silêncio
mas quando acordei
meu coração havia sugado
todos os silêncios a minha volta
e só a mim foi destinado
naquela manhã febril
ouvir um som
do lado de lá do oceano

sabia que estaria plantada
em alguma terra distante
uma canção única
revirando os vários seres
presos em minha alma
e vozes ordenadas em coro
clamavam pela minha volta

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Ao meu avô


Lembrei-me de meu avô. Quando criança, era uma festa a minha chegada a sua casa. "Mi nieta del mi corazón", dizia sempre tão carinhoso, rindo orgulhoso de seu espanhol.
Nas tardes quentes do interior de Araçatuba, eu o esperava no portão, e ele apontava na rua, empurrando seu carrinho amarelo de sorvetes. Era sorveteiro, o único que conheci em toda a minha vida. Que alegria! A criançada correndo atrás dele, mas, naquele instante, ele só tinha olhos para mim e quando abria a janelinha do carrinho, meus olhos se coloriam com a variedade de sabores. Tinha todos a minha escolha.
Nas noites quentes e enluaradas, a alegria era outra: ele tocava sanfona. Eu ficava encantada olhando o vermelho da sanfona, o preto e o branco que se encolhiam e se espandiam ao toque de seus dedos.
De manhã, a horta no quintal, a água saindo do regador, levando vida às verduras. A mesa posta, meu avô em uma ponta, minha querida avó em outra e eu ali no meio, sentindo-me a princesa da casa.
Às vezes, enquanto esperava meu avô voltar do trabalho, minha avó me levava a longos passeios pelas ruas calmas da cidade, sempre debaixo da sombrinha e eu achava graça andar de sombrinha debaixo do sol. Ela me tratava como um vaso de porcelana. A todo instante olhava meu rosto branco para ver se não estava ficando vermelho.
À tarde, os bolos, os doces, a limonada gelada, o quintal de terra, as galinhas correndo, o milho se espalhando, a poeira levantando, o saci correndo de mim ... eu correndo atrás do saci com a peneira na mão. Ah ... o saci!! Eu acreditava que iria pegar um só para mim.
E a chuva ... como era boa a chuva de verão do interior, tocando suave em cada telha. Aproveitava para dormir bem quentinha, sentindo a proteção de meus avós.
Custava em aceitar os dias passando, porque sentia a partida presa a mim. Chorava sempre ao ver vovô na estação, chapéu de palha na mão, acenando ...O ônibus partindo, a estação sumindo, tudo escurecendo na longa estrada.
Engraçado como tudo se modifica. Hoje sei que a despedida não é ruim quando há a certeza do reencontro. Sei que as pessoas importantes em nossas vidas, não partem jamais, apenas adormecem dentro de nós.


quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Temporal


Formou-se um temporal
em frente a minha janela

Fiz uma cruz de sal
sobre a pia de mármore
para espantar o negro vendaval
e a lancei pela porta
bendizendo palavras santas
lembrança de tradições maternas

"Ele vai passar"
ouvi minha avó
sussurrar ao meu ouvido

Enquanto espero
bordo flores nas paredes do meu coração

domingo, 25 de setembro de 2011

Olhos


Meus olhos castigam minha alma
porque não permitem se secar ao sol quente do planalto central

meus olhos castigam minha alma
porque se escondem neste véu
e lá fora o mar brinca com o céu

meus olhos castigam minha alma
porque permitem que o grito os feche
e se fechados
não veem o vento a saborear a mata

Mas, em alguns momentos
sinto que a minha alma os abocanha
e os faz ficar despertos

nessas horas tão raras e imprecisas
meus olhos se aquietam
e vejo luzes que não existem aqui
sinto sonhos que insistem em voltar
toco algumas mãos
que dançam no espaço

talvez seja este o instante perfeito
entre o delírio e a morte

sábado, 17 de setembro de 2011

Não ... mais


Eu já não posso mais seguir o norte
E vivo aqui num mundo estranho
tentanto habitar neste recorte

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

Convite


Vamos olhar o céu estrelado
e sentir palavras esvoaçando pela brisa prateada
vamos sentar em alguma esquina
perdida na beira da estrada
e ouvir a madrugada

Vamos não dizer nada
e tragar este silêncio
para o fundo
de nossa alma

Vamos cantar uma canção
marcada pela
cadência do coração

Vamos arrancar estes
anéis que nos envolvem
estes véus que nos encobrem
e correr na escuridão

Venha lançar comigo
este convite para o universo
porque ainda resta em nós
um vestígio
de algo esquisito e inexplicável
parecido com felicidade



sábado, 13 de agosto de 2011

Poema para a lua


Hoje é noite de lua cheia...
Quero cantar palavras
e vê-las correndo
pelo vento

Minha voz proclama
uma nota tímida
um uivo de loba
entrando pela madrugada

Quero cantar palavras
para aquecer minha boca
e espantar abismos de mim

Quero palavras suaves
brilhando sob esta luz
que vem do céu

E desse cantar enluarado
já sinto surgir
a força da vida divina
crescendo em meu ventre

sábado, 6 de agosto de 2011

É preciso


Às vezes é preciso não sentir
é preciso não dizer
é preciso não ver

Às vezes é preciso não se ser

Às vezes é preciso deixar partir ilusões
é preciso fugir do narcisismo
é preciso esquecer

Às vezes é preciso só seguir

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Melodia Sentimental

Composição: Heitor Vila-lobos / Letra: Dora Vasconcelos

Acorda, vem ver a lua
Que dorme na noite escura
Que surge tão bela e branca
Derramando doçura
Clara chama silente
Ardendo meu sonhar

As asas da noite que surgem
E correm no espaço profundo
Oh, doce amada, desperta
Vem dar teu calor ao luar

Quisera saber-te minha
Na hora serena e calma
A sombra confia ao vento
O limite da espera
Quando dentro da noite
Reclama o teu amor

Acorda, vem olhar a lua
Que brilha na noite escura
Querida, és linda e meiga
Sentir meu amor e sonhar







terça-feira, 19 de julho de 2011

A Deus


Houve um tempo em que as borboletas pousavam em minhas mãos, mas eu não as via. Houve um tempo, em que deixei morrer flores em meu jardim, porque elas eram invisíveis para mim.
Certas coisas nos escapam em determinadas épocas, sem que percebamos. Pensando bem, não são as coisas que nos escapam , nós é que escapamos delas.
Assim também, escapei de Deus por um longo tempo. Lembro como foi, ganhei um quarto só para mim e convidei Deus a entrar nele. Tínhamos longas conversas. Chorava e ria com Ele, todos os dias. Precisei sair do quarto e tranquei Deus lá. Não foi ele quem escapou de mim, eu é que escapei dele. Como querendo encontrá-lo novamente, sentei em bancos de igrejas, passei a ouvir sermões vazios, devorava trechos da biblia que nada diziam para mim.
Escapei das lembranças dos avós. Tranquei histórias antigas nos navios escuros da imigração.
Houve um tempo em que a morte me visitava e eu me escondia dela nas cabanas de cobertas.
Hoje, depois de tantos anos, destranquei Deus e comecei a ver borboletas no jardim. Passo horas observando o contorno das flores, as cores, as formas, o cheiro e vejo Deus nessas coisas tão simples e tão perfeitas.
A morte voltou a me visitar, mas algo mudou em mim, pois quando ela vem, jogo as cobertas para o alto e ela acha graça, resolve me dar mais umas medidas imprecisas de tempo.
Deus tem me arrastado para algumas descobertas, porém meus olhos ainda não conseguem ver. Agora, ele resolveu me colocar em um ônibus velho, sozinha, numa estrada de terra, sol ardente. Viagem sem volta, porque o tempo não nos permite voltar nunca.
Neste momento, estou nesta estrada. É inverno. O dia está quente com uma brisa suave. É julho de 2011. As únicas certezas: sou um corpo físico solitário, Deus me acompanha e a morte está acampada em algum lugar da estrada. Em outra época, eu choraria, mas hoje , eu rio olhando pela janela a paisagem à beira da estrada.


sábado, 16 de julho de 2011

Flores em mim



Cansei de ser humana
preciso ser pétala


sábado, 9 de julho de 2011

Quando vem a lua cheia


Quando a lua cheia desce sua vontade sobre a terra
em algum lugar
um coração bate mais forte
teimando em acreditar
que ainda existe amor em outro coração
E quando a lua brilha
pela fresta da janela
o chão escuro e frio
sente pratear sua vontade
de não ser mais chão
e sim nuvem
perdida na imensidão

Quando vem a lua cheia,
todas as outras luzes se aniquilam
e por instantes
ainda se espera
poder ser única
entre a chegada e a partida

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Desejos Vãos (Florbela Espanca) na voz de Mariza




Desejos vãos

Eu queria ser o Mar de altivo porte
Que ri e canta, a vastidão imensa!
Eu queria ser a Pedra que não pensa,
A pedra do caminho, rude e forte!

Eu queria ser o Sol, a luz intensa,
O bem do que é humilde e não tem sorte!
Eu queria ser a Árvore tosca e densa
Que ri do mundo vão e até da morte!

Mas o Mar também chora de tristeza ...
As Árvores também, como quem reza,
Abrem, aos céus, os braços, como um crente!

E o Sol altivo e forte, ao fim de um dia,
Tem lágrimas de sangue na agonia!
E as Pedras ... essas ... pisa-as toda a gente! ...

Florbela Espanca

Mapa-Múndi (Thiago Pethit)

sexta-feira, 17 de junho de 2011


Não havia sonhos
nas dobras
dos lençóis

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Ana Cristina Cesar


Estou muito compenetrada
em meu pânico
lá de dentro
tomando medidas preventivas

sábado, 28 de maio de 2011

Se eu fechar os olhos


Se eu fechar os olhos agora
e ficar aqui dentro
o que serão das palavras
fora de mim?

Feche os olhos e sinta
dizia um fiasco de voz


Enquanto os olhos permanecem fechados
alguns versos passeiam por meus dedos
sobem por meus braços
tocam minha boca
beijam meus olhos
mas ... não entram
no escuro da mente
que busca incessante
palavras indecifráveis

Se acaso os olhos eu agora fechar
no oco formado dentro deste ser
habitará uma poesia incompleta
que transpassando minha pele
cobrirá calmamente meu corpo nu

domingo, 22 de maio de 2011

Bendito seja seu olhar



Bendito seja
quem me empresta seus olhos
para que eu veja
araras azuis
pegadas de capivaras em bandos
flores raras

Bendito seja
aquele que me doa palavras
sobre florestas
e rios e mares

Eu que quase nada
tenho visto
e que talvez
quase nada
verei
me deleito e me emociono
pelo olhar daquele
que por mim vê.

quinta-feira, 28 de abril de 2011

Sonho


Durante aquela madrugada, enquanto dormia, sentiu alguém a sua volta. Abriu os olhos e viu um brilho esplendoroso. Era pó de estrelas. Caia sobre seu corpo.
Olhou a porta e pode ver ainda a ponta de uma asa sumindo. Seria um anjo? Tentou levantar e percebeu que não havia chão. Sem esforço flutuou até a porta. Houve um pânico. Queria voltar, mas a cama já não estava lá. Não havia mais paredes. Não havia mais quarto. Restara apenas uma imensidão que a aguardava.
Naquele instante ela brilhou na noite que não era noite.

quinta-feira, 21 de abril de 2011

Um pé de manacá


Brota inocente e tímido, um pé de manacá em meio à Avenida Paulista. Desavisado, não percebe que na loucura do dia a dia, suas formas singelas dominam olhares apressados.
Aviões cruzam o céu, levando sonhos sem destino. As nuvens se revezam num inconstante vai e vem. O sol queima pensamentos inacabados.
O pé de manacá olha o azul infinito e implora uma gota d'água. O sertão de pedra não tem piedade, mas a criança tão inocente quanto a árvore derrama-lhe um punhado de água trazido em suas mãozinhas.
Passam dias e noites. Lindo o manacá sobrevive com o que a natureza lhe oferta. Como uma criança abandonada, aguarda resignadamente uma mão abençoada que lhe dê atenção.
Porém, desavisado da própria beleza, não percebe que os primeiros botões surgem. Inibidos, esperam a hora do ato final.
Em meio aos vultos negros que rondam a cidade, e ao barulho de guerra da imponente metrópole, as pétalas, verdadeiras asas de anjos, aparecem estonteantes.
O pé de manacá vai aos poucos, como um camaleão, se transformando de mendigo em rei. Rouba a cena.
Incrível cenário, e como se não houvesse mais o que despertar nos sentidos adormecidos, ainda é reservado um mistério embriagador: as flores verdadeiras fadas, nascem brancas, dormem rosas, acordam liláses. Completo espetáculo de Deus.
Impossível até mesmo para as almas mais inquietas e imperfeitas não atentar para as cores vibrantes da vida.
Após semanas, as flores despedem-se, deixando caídas nas calçadas pequeninos lembretes de vida.
A figura solitária do pé de manacá continuará a brilhar durantes as noites, marcando a presença anunciada de um novo espetáculo, assim que os céus permitirem.

terça-feira, 19 de abril de 2011


Os poemas cansaram-se de mim
E eu cansei de ouvi-los
Desprezei algumas palavras dor ... amor ...
Não quero compor minha história
em nuvens de algodão
que se queimam no sol quente de verão

Preciso de ar agora
para secar um líquido estranho
que teima em brotar nos olhos vermelhos

O que será que está além daquela estrada?

Cansei desse silêncio arraigado aqui
Quero o grito
se possível de liberdade

Vou saltar em alguma estação
e estraçalhar o velho coração

sexta-feira, 8 de abril de 2011

Único


Ele era o único sinal de amor
Foi-se ...
Vendaval sobrevoando os olhos úmidos
complexo desesperado de desamor

Do último vagão do trem ...
... solidão ...

Sinais são pequenas aparições
Lembranças eternamente perdidas
No fundo sem fim
das retinas enviuvadas

Haverá entre tantos corpos
somente um
um para se esperar
um para amar
um para chorar
um ...

sábado, 2 de abril de 2011

Cadeiras


Chegou a mim, certa vez, com duas cadeiras nas mãos. Como não havia espaço no quarto, colocou-as no quintal.
Passaram-se dias e as cadeiras permaneciam ali, debaixo da floreira.
Às vezes, nas minhas corridas pela sala, olhava pela porta as cadeiras isoladas no quintal.
Nunca gostei de cadeiras, ainda mais em par, parecia-me haver um diálogo invisível, do qual eu nunca conseguia participar.
Um tempo depois, sem que eu permitisse, ele invadiu o meu quintal, trazendo mais duas cadeiras. Pânico total! Não, eu não poderia conviver com mais cadeiras. Havia aprendido a construir silêncios a minha volta.
Naquele mesmo dia, transpus as cadeiras para o outro lado do muro e tranquei o portão.
Quem gostasse de cadeiras que se servisse. Eu continuaria no mesmo lugar, com um quintal vazio a minha espera.

segunda-feira, 7 de março de 2011


Ambos sabíamos: eu tinha os meus sofrimentos, não os dela; ela tinha os dela, não os meus.

C.S. Lewis

sábado, 5 de março de 2011

Verdades


A verdade é que vejo estrelas
onde não existem
vejo sonhos no ponto em que se dissipam

A verdade é que estou perdendo meu coração
sempre que sinto esse vento passando por trás da minha nuca

A verdade é que a ilusão me castiga
e um saci brinca no quintal da minha vida

domingo, 27 de fevereiro de 2011

Gravidez


Nascemos grávidos do tempo
Há um feto constituído da matéria tempo em cada ser
Imprudentes que somos
Passamos a vida temendo nossas barrigas
Às vezes chegamos a amaldiçoar o pequeno embrião

Carregamos descuidados um filho-tempo
O fato é que não sabemos o que fazer com o bebê que cresce
E vamos ignorando a hora do parto
sem perceber que o tempo presente em nosso ventre
é a presença inevitável da morte

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Sol


Hoje eu vi um sol
mas não era um sol comum
era um sol vermelho sangue
que me fez gritar de espanto

lindo ... majestoso ... forte

quisera poder viver mais dez anos
para ver o destino deste sol escarlate
atravessando com gosto a minha pele fina