terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Descoberta


- Olhe para o alto, olhe para o alto - disse-me ela segurando minha cabeça firmemente. Por que olha tanto para baixo? Olha que lindo o céu azul e as pontas verdes das ávores.
- Não posso olhar para o alto - respondi-lhe. O rio corre sob meus pés e eu não posso deixar de acompanhá-lo.
- O rio nunca deixa de correr, ele estará sempre sob seus pés, mas o céu azul logo se dissipará, o verde cairá no outono, então olhe para o alto agora.
E foi naquela tarde incomum, que ela, aos noventa anos , me fez enxergar aquilo que eu já não acreditava mais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário